O Interesse Geopolítico em Taiwan...

 Marcelo Lima

A China tem desenvolvido uma estratégia de negação de acesso e interdição de área (A2AD) para impedir ou dificultar a intervenção militar dos Estados Unidos em um possível conflito no mar do sul da China, onde Pequim reivindica soberania sobre quase todo o território marítimo. Essa estratégia consiste em usar uma combinação de armas convencionais e não convencionais, como mísseis balísticos e de cruzeiro, submarinos, aviões furtivos, cyber ataques e guerra eletrônica, para atacar ou neutralizar as bases, os porta-aviões e os satélites americanos na região.

Uma das áreas mais sensíveis para a China é Taiwan, uma ilha que se considera independente desde 1949, mas que Pequim considera parte inalienável do seu território. A China tem aumentado a pressão militar sobre Taiwan nos últimos anos, realizando voos frequentes de aviões de guerra perto do espaço aéreo da ilha e realizando exercícios navais nas proximidades. A China também tem ameaçado usar a força para impedir qualquer tentativa de independência formal de Taiwan ou de intervenção externa em seu favor.

Os Estados Unidos, por sua vez, têm um interesse estratégico no mar do sul da China, que é uma das rotas comerciais mais importantes do mundo e que contém recursos naturais valiosos. Os Estados Unidos também têm um compromisso histórico com a defesa de Taiwan, baseado na Lei de Relações com Taiwan de 1979, que estabelece que os Estados Unidos devem fornecer à ilha meios suficientes para se defender. Diante disso, os EUA têm mantido uma presença militar na região e realizado operações de liberdade de navegação para desafiar as reivindicações chinesas no mar do sul da China.

Essa situação cria um cenário de tensão e incerteza na região, que pode escalar para um conflito armado entre as duas potências. Para evitar esse desfecho, é necessário que haja um diálogo diplomático entre as partes envolvidas e que se respeitem os princípios do direito internacional e da solução pacífica das controvérsias.